terça-feira, 25 de maio de 2010

Alimentos tem poder afrodisíaco e fortalecem a memória

Alimentos tem poder afrodisíaco e fortalecem a memória

Libido
Os alimentos conhecidos como afrodisíacos são aqueles capazes de aumentar a intensidade das sensações, através de uma boa acelerada na circulação. Ou seja, o estímulo sexual ocorre por causa dos poderosos efeitos que esses alimentos têm na corrente sanguínea.

O aspecto, o aroma e a sensação que tais alimentos provocam ao serem ingeridos somam mais pontos na hora de animar o casal. Frutas com perfume doce, por exemplo, podem influenciar no desejo, despertando sensações que interferem na liberação de certos hormônios sexuais. Cheiro de baunilha, curry e gengibre tem a mesma ação
Confira, a seguir, a lista com os alimentos que atiçam o desejo.

Açafrão
especiaria vermelho-alaranjada que aumenta os batimentos cardíacos e o suor, sinais de excitação sexual.

Aspargo
é considerado afrodisíaco pelo formato e por conter vitamina B3, que promove dilatação dos vasos sanguíneos, inclusive os vasos dos órgãos genitais.

Canela
além do aroma instigante, o sabor quente atiça não só o paladar.

Chocolate
contém três tipos de estimulantes: alcalóide, teobromina e cafeína, proporcionando bem-estar, força e vitalidade. Era a bebida sagrada dos astecas e estava relacionado à deusa da fertilidade.

Cravos-da-índia
são, antes de tudo, um excelente digestivo. Seu aroma tem o poder de despertar o desejo.

Nozes
usadas pelos Romanos em rituais de fertilidade e como potencializadoras do desejo para o romance.

Ostras
um dos alimentos mais famosos por seu poder afrodisíaco, deve grande parte da reputação ao ritual de abertura (que remete à vagina) e da sensação ao ser degustado. As ostras são ricas em zinco e ferro, minerais conhecidos pela estimulação do metabolismo e pelo transporte de oxigênio no sangue, respectivamente

Memória fraca
Na luta contra os apagões da memória, o ácido fólico entra em ação. Para ingeri-lo, recorra ao espinafre, brócolis, feijão, cenoura, abacate, ovo cozido e fígado bovino. Ricos na vitamina que faz parte do complexo B, esses alimentos ajudam na prevenção dos brancos repentinos, já que atuam nas conexões dos neurônios.

A recomendação de consumo diário de ácido fólico é de 800 microgramas. Meia xícara de chá de espinafre cozido, por exemplo, apresenta 132 mcg da vitamina.

Outro combatente da memória fraca é o potássio. Beber água de coco, comer banana, abacate e cenoura são boas alternativas para encontrar o mineral e dar uma calibrada no raciocínio. A ingestão diária ideal é de 4.700 miligramas. Uma banana média apresenta 467 mg desse nutriente.


Obesidade

A obesidade é detectada quando o Índice de Massa Corporal (IMC) está maior ou igual a 30. A doença aumenta o risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2, hipertensão, artrite, doenças do coração, derrame, osteoartrite, colesterol e triglicérides elevados.

O segredo para perder alguns quilinhos é o mesmo para quem precisa perder vários: dieta balanceada aliada a exercícios físicos. No entanto, pessoas que estejam, no mínimo, 20% acima do peso ideal, devem consultar um especialista antes de dar a largada às atividades físicas e dieta.

O tratamento da obesidade, muitas vezes, requer uma equipe multidisciplinar, envolvendo nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, médico e professor de atividade física. A redução da quantidade calórica da dieta é o início do processo de eliminação de peso. Os hábitos alimentares também são modificados e o paciente precisa de acompanhamento para encarar tais mudanças.

Pressão arterial
É grande o número de pessoas propensas ao desenvolvimento de hipertensão e os hábitos alimentares têm grande influência nisso. Conhecida como assassina silenciosa, a doença não apresenta sintomas e, por isso, muita gente passa anos sem ter conhecimento de que possui pressão sanguínea elevada.

Quando não controlada, a pressão alta pode levar ao derrame, ataque cardíaco e falência nos rins. A lista de precauções tomadas através da alimentação é extensa, mas as medidas são simples de serem tomadas. A mais famosa delas é ficar de olho na ingestão de sal. Isso porque o sódio presente no sal de cozinha favorece a retenção hídrica e, conseqüentemente, aumenta a pressão nos vasos sangüíneos. A recomendação do mineral é de 1,5 grama, o equivalente a 3,8 gramas de sal de cozinha.

Boa alternativa para diminuir o sal do cardápio diário é substituí-lo por ervas e outros tipos de temperos para preparar os alimentos. Não deixar o saleiro na mesa, durante as refeições, é mais uma tática para quem quer passar longe da hipertensão. Vale ler os rótulos alimentícios também, já que embutidos, enlatados, congelados, sopas em pó, glutamato monosódico apresentam quantidades altas de sódio.

Além do exagero de sódio na alimentação, outro fator predisponente da pressão alta é uma dieta rica em gorduras. Portanto, atente para a participação das gorduras no seu prato. Elas não devem ultrapassar 30% das calorias totais do cardápio diário.

Trocar o leite integral pelo desnatado, escolher iogurtes e outros derivados com baixos teores de gordura, reduzir o consumo de manteiga e margarina, optar pelas versões magras das carnes e substituir os modos de preparos de alimentos que levam muita gordura são medidas eficazes.

A obesidade também está relacionada com o desenvolvimento de hipertensão arterial. Por isso, a fim de reduzir os riscos de aparecimento da pressão alta, o excesso de peso deve ser tratado




Queda de cabelo


Embora seja formado pela queratina, o cabelo soma outros nutrientes responsáveis pela manutenção de seu estado saudável. Na lista dos colaboradores dos fios brilhosos e do couro cabeludo livre de escamações estão a niacina, a biotina, o zinco e as vitaminas A, B6 e C. Se a queda de cabelo é muito acentuada, ela pode ser decorrência de deficiência de minerais e vitaminas. Vale lembrar que é muito importante buscar ajuda de um dermatologista para avaliar o caso e recomendar o melhor tratamento.


Resfriado

Muito bafafá ronda a vitamina C e seus efeitos contra o resfriado. A verdade é que estudos mostram que o ácido ascórbico é um nutriente capaz de prevenir e amenizar os sintomas do resfriado, como indisposição, dor-de-cabeça, febre e dores no corpo.

Conte com as frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi) para encher o cardápio de vitamina C e abandonar os lencinhos. A recomendação de ingestão diária é de 125 miligramas para os homens e 110 miligramas para as mulheres. Um copo de suco de laranja natural, por exemplo, contém 94 mg da vitamina. Para aproveitar melhor o nutriente, ingira as frutas ou os sucos logo depois de cortadas ou preparados. Isso impede que o oxigênio do ar oxide a vitamina C.

Ressaca
Para espantar a sede e a latejante dor de cabeça pós-bebedeira, o conselho é montar pratos cheios de alimentos ricos em potássio, como salsa, acelga, espinafre, brócolis, couve, cenoura, aipo, melancia, pepino, uva e alface, além de ingerir muita água.

A sensação de boca seca acontece por causa, no primeiro momento, da retenção hídrica e, posteriormente, do efeito diurético, provocado pelos copos de álcool além da conta. O potássio dribla os efeitos do sódio, responsável pelos incômodos da retenção de líquido.

O efeito anti-ressaca do potássio acontece de dois modos diferentes. Primeiro, o mineral impede que suas próprias reservas sejam eliminadas durante a diurese. Caso o potássio não entre em ação, o corpo enfrenta dificuldades para absorver os nutrientes dos alimentos, deixando o organismo todo mais lento.

O potássio ainda evita a perda de vitamina B6. Sem ela, a capacidade dos rins em despachar o sódio diminui. Se a ressaca já se instalou, evite ingerir alimentos que sobrecarregam o sistema digestório e o fígado, como a gordura. Ela pode estar mascarada em alimentos como molho, tortas, salgadinhos, entre outros

Menopausa
Boa parte da fama da soja vem dos benefícios que ela proporciona às mulheres que sofrem com os calorões repentinos e muitos outros sintomas que marcam o final da fertilidade.

O grão conta com a presença das isoflavonas em sua composição, um fitoquímico que se comporta como um substituto do estrógeno (hormônio que sofre notável queda no período do climatério) e contribui para a manutenção do equilíbrio hormonal.

Para desfrutar do benefício, o consumo em grãos deve ser de, pelo menos, uma xícara diária. Dá ainda para optar por uma fatia de 30 gramas de tofu ou dois copos de leite de soja

Úlcera
um cardápio balanceado e variado é essencial para acelerar a cura das úlceras nervosas. Por ser caracterizada por lesões nas paredes do esôfago, estômago ou duodeno, a alimentação entra em cena na hora do tratamento. Lançando mão de um menu balanceado e fazendo, pelo menos, cinco refeições por dia, dá para diminuir a produção de ácido gástrico ou driblar a ação direta na parede do estômago.

Além disso, é fundamental evitar alimentos muito condimentados, bebidas gaseificadas e alcoólicas, café e uma alimentação rica em gorduras, para que os sintomas da úlcera não apareçam. Apesar das reações irritantes variarem de pessoa a pessoa, as frituras, por exemplo, retardam o esvaziamento do estômago do estômago e estimulam a liberação do ácido.

Vale lembrar, no entanto, que o tratamento da úlcera também conta com o uso de antibióticos prescritos por um especialista, o que garante a diminuição ou eliminação da bactéria Helicobacter pylori, que destrói mecanismos de defesa dos órgãos atingidos.

http://msn.minhavida.com.br/conteudo/10041-Alimentos-tem-poder-afrodisiaco-e-fortalecem-a-memoria.htm

BULE

25 Maio, 2010
Para leitores diferenciados
Por Sinvaldo Júnior

BULE

Um leitor do século XXI, do ano de 2010, talvez achará difícil a leitura de A educação sentimental, de Gustave Flaubert. Linguagem muito rebuscada? Palavras difíceis? Orações truncadas? Exageros experimentalistas? Não, não. Simples: o leitor de hoje está acostumado com uma linguagem rápida, com textos em que predominam o enredo e, às vezes, a superficialidade. Por conta de nossa vida corrida, agitadíssima, o leitor de hoje não tem tempo para leituras que demandam mais do que alguns minutinhos. Não é por nada que o leitor de hoje prefere os textos breves. O leitor de hoje não está acostumado às descrições fotográficas dos romances naturalistas e realistas. O leitor de hoje está mais acostumado aos textos caóticos, fragmentados. Será que o leitor de hoje é mais preguiçoso ou apenas fruto de um contexto com suas peculiaridades?

A cena inicial do romance A educação sentimental, de Flaubert, é a seguinte: em 1840, no cais, um navio prestes a partir sobre as águas do rio Sena. Mas essa seria a descrição de um autor contemporâneo. Como não é o caso, Flaubert descreve a cena de forma a forçar o leitor a enxergar aquele espaço, aquele ambiente, aquele tempo – tudo em seus detalhes. Frederico Moreau, um rapaz de dezoito anos, é um dos passageiros. Na viagem, ele trava amizade com Jacques Arnoux, rapagão dos seus quarenta anos e proprietário da “Arte Industrial”. Entre as passageiras, Frederico se interessa – coincidentemente – pela senhora Arnoux. Eis o ponto de partida, a cena inicial, a introdução do romance.

No capítulo II (os capítulos não são curtos), entra em cena Carlos Deslauriers, jovem de vinte e dois anos, amigo de Frederico desde os doze. No capítulo III, entra em cena – mas logo desaparece, e depois volta novamente – o Sr. Dambreuse, um rico industrial francês. No capítulo IV, entra em cena o boêmio Hossonet, que ambicionava a glória e os lucros do teatro. Num entrar e sair de cena de vários personagens, surgem: Pellerin, um pintor de esboços, apesar dos seus cinqüentas anos; Regimbart, que ia de botequim em botequim beber, comer e jogar bilhar; entre outros, importantes ou não para a narrativa.

Após todos os personagens em cena, o que prevalece no romance são o retrato da sociedade e das cidades francesas do século XIX, a narração – com certa ironia – das relações (sempre de interesse?) humanas e as descrições dos personagens. Todos os personagens são razoavelmente ou bem descritos, tanto fisicamente como em seus traços de personalidade. Um dos mais bem desenhados por Flaubert é Jacques Arnoux:

Com seu furor de lisonjear a opinião pública, desviou de suas vocações os artistas de talento, corrompeu os fortes, esgotou os fracos e deu glória aos medíocres; tudo isso podia fazer graças às suas relações e à sua revista. (...) Recebia dos confins da Alemanha e da Itália uma tela comprada em Paris por mil e quinhentos francos e, exibindo uma fatura que a elevava a quatro mil, revendia-a por três mil e quinhentos, para obsequiar.

Jacques Arnoux, um fanfarrão (poderíamos dizer), provoca ódio e ao mesmo tempo admiração em Frederico, o protagonista. Ódio porque além de imoral e cara-dura, ele é esposo e ama – o que é pior – a Sra. Arnoux, por quem Frederico se apaixona. Admira Jacques Arnoux exatamente porque ele ama, verdadeiramente, sua esposa, apesar de traí-la viciosamente. Além do mais, Arnoux é um boa-praça. É uma boa alma. É um burguês. É um capitalista. É alguém que acumula e, pouco tempo depois, perde sua fortuna. É um tipo comum em meados do século XIX em Paris. Mas, apesar de complexo, Arnoux é coadjuvante em A educação sentimental.

Quase toda narrativa gira em torno de Frederico e seus dramas, o principal dos quais sua ânsia por enriquecer e querer freqüentar uma sociedade que, sem dinheiro, não freqüentaria. Entremeio a esses dramas burgueses, após algum tempo em Paris, ele volta à província, sua cidade, onde estava sua mãe. Por lá ficou alguns anos e conheceu a menina Luisa, filha do Sr. Roque, homem rico que desperta o interesse da mãe de Frederico e, mais tarde, do próprio. Mas enjoa da província e dos provincianos e volta, então, à capital, à Paris. Em Paris, Frederico acumula, faz questão de esbanjar com seus requintes e, então, é assediado, financeiramente falando. É vítima de muitos interesses. Todos, direta ou indiretamente, pedem dinheiro para ele.
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Embora apaixonado pela Sra. Arnoux, mulher mais velha e casada, muitas vezes Frederico se vê desestimulado em suas investidas. De raiva, às vezes promete a si mesmo nunca mais voltar à casa dos Arnoux, o que acontece em alguns momentos. A fim de tentar desviar seu pensamento da Sra. Arnoux, Frederico se interessa por outras, essas mais fáceis. O fim do primeiro volume é exemplar. Frederico, após algumas tentativas e indiretas inúteis, se desilude da Sra. Arnoux. Chega em casa e se depara com uma carta de Marechala (amante de muitos) lhe sugerindo novas esperanças e uma boa oportunidade de instigar ciúmes na Sra. Arnoux. Será sua vingança. Será mesmo sua vingança?

Nesse romance, as cenas e as reviravoltas proliferam, os personagens vão e voltam, e tudo parece dar no mesmo – em nada. Inclusive o amor de Frederico. Amor inútil, infértil. Frederico parece não se sentir totalmente satisfeito com nada. Sua falta de confiança o embaraça. O receio de cair no desagrado dos outros o apavora. Ele é como as mulheres honestas, que têm medo de serem descobertas e passam a vida de olhos baixos. Num momento do romance, apesar de Frederico estar numa condição confortável, financeira e socialmente, ele reflete:

...lembrou-se dos dias já longe no passado em que invejava a felicidade indizível de se achar numa carruagem ao lado de uma daquelas mulheres. Estava de posse daquela felicidade, e nem por isso se sentia mais alegre.

É a eterna insatisfação humana. Há pessoas, e Frederico parece ser um bom exemplo, que faz de tudo (desde que sem muito suor do seu esforço) para se satisfazer e cumprir os seus objetivos, a maioria dos quais satisfariam a visão da sociedade sobre elas, e não exatamente elas. Não é uma luta para si e por si mesmo; é uma luta por outrem. Flaubert parece, em alguns momentos, querer nos dizer: no final, independente do que fazemos, tudo se direciona para o mesmo lugar – para o vazio –, e continuamos da mesma forma de antes: vazios.

Não pense o leitor que tudo é dito assim de forma explícita, como os narradores contemporâneos o fazem. Não. Os narradores do século XIX não gostam de aparecer tanto. São mais sutis (o que não quer dizer que são melhores). Na maioria das vezes é nas entrelinhas que o leitor percebe (ou não) os significados da obra, as suas críticas, a sua ironia, a perspicácia do narrador. É preciso de atenção. É preciso de tempo. Porém, são coisas simplicíssimas como essas que o leitor contemporâneo não possui. Pela falta de tempo e de paciência não lê obras fundamentais da literatura. Não lê os clássicos. Não lê os monumentos literários. Conforma-se com o supra-sumo da superficialidade literária, que é auto-ajuda travestida de literatura. É a vida.

Há momentos saborosos em A educação sentimental, como no capítulo I da Segunda Parte, em que há uma narração/descrição, detalhadíssima, de uma festa de pessoas influentes, ou que se consideram importantes e/ou ricas. Das vestimentas até as bebidas, dos tiques até os bigodes, dos assuntos até alguns pensamentos, das paredes até os móveis – quase nada passa despercebido pelo narrador, que quer-porque-quer fotografar o ambiente e lugar, de forma a facilitar (ou dificultar) para o leitor. Outra cena interessante é a narração, em mais de quatro páginas, de um duelo, que não aconteceu. Final – da cena – divertidíssimo.

A educação sentimental é local de burgueses, arrivistas, socialistas fracassados, boêmios, senhoras de família, moças de pouca virtude, operários, pequenos burgueses, senhores ricos e pedantes. As relações de interesse são, no romance, escancaradas. Idéias – dos personagens – pululam, a maioria das quais não passam de idéias. As revoluções fracassam. O sistema é – sempre – mais forte do que idéias revoltosas, infelizmente (ou não). Alguns personagens se vêem, no final, falidos e humilhados. É a vida. Mas é a vida em seu mínimo detalhe. Não é a vida contemporânea, rápida e superficial. Caótica e fragmentada. As mais de quatrocentas páginas de A educação sentimental são para leitores pacientes, que estejam dispostos a viajar.

Enfim, Flaubert, com seu romance, entre outras coisas, cria um belíssimo (mas ora irônico, ora maldoso) e detalhista retrato da sociedade, das relações humanas, das paisagens, dos costumes e das cidades francesas do século XIX. É começar a lê-lo e automaticamente se deparar na França de meados do século XIX. É uma viagem. Boa literatura normalmente é uma viagem, mas uma viagem de corpo e alma, e não uma viagenzinha que nem marcas deixa. A educação sentimental não é para leitores/pessoas que passam pela vida de olhos baixos, com medo de se aprofundarem em si mesmos, nas coisas, na vida. É para os outros, para aqueles que trocariam a leitura de dez obras contemporâneas ruins, superficiais, rápidas (das que passam despercebidas) por esse romance lento, bom, complexo em suas tramas, longo. Longo.

O autor

Gustave Flaubert nasceu na França em 1821 e morreu em 1880. Ficcionista importante, Flaubert é considerado um dos maiores escritores da literatura francesa. É autor de grandes romances como Madame Bovary (1857), A educação sentimental (1869) e Salammbô (1862).

Sinvaldo Júnior nasceu em Uberlândia-MG. Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Pós-graduando em Letras – Mestrado em Teoria Literária. Mestrando em Administração, com ênfase em organizações envolvidas em Artes & Cultura. Publicou artigos acadêmicos e jornalísticos em diversos sites, revistas e jornais, dentre os quais: "A vingança do ícone iconoclasta", com Nelson de Oliveira (Jornal Rascunho, nov-2008), "Os ensinamentos de Poe" (Jornal Rascunho, abril-2009), "Para qualquer hora" (Jornal Rascunho, ago-2009), "Realidades alternativas" (Jornal Rascunho, março-2010) e "Satã rouba a cena" (Jornal Rascunho, abril-2010). É pesquisador das obras de Campos de Carvalho e Drummond.
http://o-bule.blogspot.com/

VIOLENCIA NAS ESCOLAS

A VIOLENCIA NAS ESCOLAS

O problema se alastra pelo mundo como rastilho de pólvora, mas, no Brasil, embora o governo admita sua existência, ele não é prioritário dentro das políticas educacionais. Iniciativas para combatê-lo geralmente partem de entidades como Unesco, pesquisadores e secretarias de educação.
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Inadmissível é adiar providências enquanto se buscam as causas da violência escolar e nos perdemos em um labirinto de "achismos". De um lado, muitos crêem que as escolas são autoritárias, sufocam os alunos e favorecem sua agressividade. Outros acham que falta mais disciplina. De que lado você está?
Obviamente, há dois problemas em um. O primeiro, segundo especialistas norte-americanos, que têm como marco a tragédia de Columbine, é o fato das escolas não estarem preparadas para detectar alunos com problemas emocionais graves. O Centro Nacional de Segurança nas Escolas (National School Safety Center - NSSC) elaborou até uma lista de características dos "alunos-problema" que beiram a patologia para que sejam identificados antes de causarem uma desgraça. Esses casos bárbaros, no entanto, desvelam o segundo problema: um cotidiano de violências em vários graus, com a qual os alunos compactuam ou da qual temem falar.
A Unesco alerta que nas escolas impera a lei do silêncio e não há confiança entre professores, alunos e pais . O instituto de prevenção de violência na escola dos EUA entrevistou alunos e pais e constatou que 2/3 dos alunos participam de grupos que intimidam colegas; só 1/3 acha que a escola penaliza os intimidadores; entre as vítimas, apenas 16% pediriam ajuda a um professor e, entre recorrer aos pais ou a um amigo, 78% escolheriam o amigo. Na Alemanha, pesquisa entre jovens das 7ª e 8ª séries apontava que 60% já tinham batido em colegas nos últimos seis meses; 5% os intimidam regularmente e 8% os ameaçaram com facas e pistolas.
Na França, 23,9% dos alunos já foram agredidos; 72,4% sofreram insultos e 45,1% foram roubados. Mas esses percentuais não "batem" com dados oficiais, como frisou o representante do país em palestra sobre violência escolar na reunião da SBPC de 2004, em Cuiabá. Denúncias não são levadas à polícia: lá como cá, os alunos não crêem que ela vá protegê-los de represálias.
E que ações distintos países vêm promovendo para amenizar o fenômeno que fez do magistério profissão de risco e dividiu alunos em opressores e vítimas? Nos EUA, os estabelecimentos se equipam, contratam seguranças e dois mil deles estão recompensando alunos que informam, via "disque-denúncia", atividades suspeitas. Na Inglaterra, crianças de dez anos respondem por seus crimes e podem ser expulsas da rede escolar. A Argentina desenvolve um trabalho pioneiro na América Latina, treinando professores para mediar conflitos. No México, implantou-se o programa Contra la violencia, eduquemos para la paz. Por ti, por mí y por todo el mundo . A Unesco propõs o Programa Abrindo Espaços: Educação e Cultura para a Paz, nascido da observação de experiências nos Estados Unidos, França, Espanha e países onde o trabalho com jovens nas dimensões artísticas, culturais e esportivas funcionou como prevenção à violência.
No Brasil, além do reforço de policiamento no entorno, as escolas também devem perder o escrúpulo de adotar medidas de segurança. Além disso, deve ser efetiva a integração famílias/escola, para que esta seja gerida de modo democrático e ofereça aos alunos oportunidades de expressarem seus talentos, não sua crueldade.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Educação e Tecnologia: uma aliança necessária

“Estamos diante de uma bela demonstração de que a modernização da educação é séria demais para ser tratada somente por técnicos. É um caminho interdisciplinar e a aliança da tecnologia com o humanismo é indispensável para criar uma real transformação. (...) Em síntese, só terá sentido a incorporação de tecnologia na educação como na escola, se forem mantidos os princípios universais que regem a busca do processo de humanização, característico caminho feito pelo homem até então”. (RENATO, Eduardo José. Informática e educação, 1997,05).

“A importância da reforma dos sistemas educativos é apontada pelas organizações internacionais como uma prioridade na preparação dos cidadãos para essa sociedade pós-moderna. Não é à toa que a introdução das novas tecnologias digitais na educação apresentou mudanças para a dinâmica social, cultural e tecnológica.”


Entendidas por especialistas e educadores como ferramentas essenciais e indispensáveis na era da comunicação, as novas tecnologias ganham espaço efetivo nas salas de aula. Computadores ligados à internet, software de criação de sites, televisão a cabo, sistema de rádio e jogos eletrônicos. Estas são algumas das possibilidades existentes e que podem ser aproveitadas no ambiente escolar como instrumentos facilitadores do aprendizado.

Entretanto, apesar de muitas escolas possuírem estas tecnologias, as mesmas não são utilizadas como deveriam, ficando muitas vezes trancadas em salas isoladas e longe do manuseio de alunos e professores. Existem, segundo estudos recentes, professores e escolas que não conseguem interligar estes instrumentos às atividades regulares.

De acordo com o pedagogo Arnaud Soares de Lima Júnior, “o acesso às redes digitais de comunicação e informação é importante para o funcionamento e o desenvolvimento de qualquer instituição social, especialmente para a educação que lida diretamente com a formação humana”.

No entanto, ele ressalta que os modos de viver e de pensar a organização da vida estão em crise. Está em curso uma mudança qualitativa em virtude da rápida transmissão de informações entre as sociedades, rompendo com isso as barreiras geográficas dos países.

“Por isso, cabe à educação uma parcela de responsabilidade tanto na compreensão crítica do(s) significado(s) desta transformação, quanto na formação dos indivíduos e grupos sociais. Estes devem assumir com responsabilidade a condução social de tal virada, provocada, entre outros fatores, pela revolução nas dinâmicas sociais de comunicação e de processamento de informação”, analisa Arnaud.

Modernização - Neste cenário, a importância da reforma dos sistemas educativos é apontada pelas organizações internacionais como uma prioridade na preparação dos cidadãos para essa sociedade pós-moderna.

Não é à toa que a introdução das novas tecnologias digitais na educação apresentou mudanças para a dinâmica social, cultural e tecnológica. Modelos pedagógicos foram quebrados, tornando-se desatualizados frente aos novos meios de armazenamento e difusão da informação. Neste momento mudam também os conteúdos, os valores, as competências, as performances e as habilidades tidas socialmente como fundamentais para a formação humana.

Apesar de tentar responder a estas questões imediatas, muitos educadores salientam que a inserção, no contexto educacional, destas tecnologias ainda é encarada como uma articulação problemática.

“Esta parceria entre educação e tecnologia é muito difícil de ser efetivada. No que se refere às tecnologias digitais, principalmente, os professores têm dificuldades de interação. Eles já até admitem utilizar o computador e a internet para preparar as suas aulas, mas não conseguem ainda utilizar as mesmas nas suas atividades em sala de aula, como instrumento pedagógico”, observa a pedagoga Lynn Alves.

Para Lynn, o uso da tecnologia não deve se restringir a mera utilização ilustrativa ou instrumental da tecnologia na sala de aula. Exemplo disso, segundo a pedagoga são as aulas de informática de colégios particulares e públicos, que assumem apenas o papel de ensinar o uso dos programas.

“O jovem já sabe disso, ninguém precisa ensiná-lo. Por este motivo, estas aulas acabam se tornando um espaço de “desprazer”, porque os estudantes querem utilizar a tecnologia para criar, re-significar, construir e intercambiar saberes. Infelizmente, este potencial todo a escola ainda despreza”, frisa Lynn.

Internet e Educação

“A Internet é muito mais que um mero instrumento. Além de um dispositivo, ela representa um modo diferente de efetivar a comunicação e o processamento social da informação”. Esta observação é feita por Arnaud Soares Júnior, professor do mestrado em educação e tecnologia da Universidade Estadual da Bahia e autor do livro “Tecnologias Inteligentes e Educação: currículo hipertextual”.

De acordo com o educador, neste panorama de efetiva transformação, o uso da Internet não representa grande desafio para que os professores aprendam a sua utilização, porque suas funções mais sofisticadas são acionadas até mesmo por intuição. Isso por causa da expressão “interface amigável”, que viabiliza o manuseio rápido e fácil.

“Para acessar a Internet não se requer nenhum grau mais elevado de operação mental. Mas, discriminar suas características tecnológicas, sua lógica de funcionamento, e sua natureza comunicativa e informacional, de modo crítico, criativo e politicamente engajado, requer um processo de formação mais abrangente e conseqüente. Tal não poderá ser feito, por exemplo, pelos cursos relâmpagos de informática, nem pelos treinamentos em informática básica”, analisa o professor.

Já no que diz respeito a utilizar a internet como meio para atrair a atenção dos estudantes, Arnaud salienta que não basta prender a atenção dos estudantes com a tecnologia, porque isto já acontece naturalmente, em virtude das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) exercerem fascínio nas novas gerações.

“A questão mais importante é como garantir uma educação de qualidade com a utilização das TICs e como definir sua utilização mais pertinente em cada contexto de formação. Para tanto devem ser consideradas as condições e as necessidades inerentes a cada contexto, além das novas tensões sociais que aí se refletem em função do crescente processo de globalização”, explica Arnaud Soares.

Para finalizar, o pedagogo menciona que diferente do que muitas pessoas acreditam, a Internet não é só uma rede meramente técnica e digital. “A Internet dever vista pelos educadores como uma rede de comunicação, de cultura, de socialização e sociabilidade. Ela está relacionada aos interesses políticos e mercadológicos, além de sua dinâmica estar submetida aos efeitos dos desejos e de representações sociais”, conclui Arnaud.


Jogos eletrônicos: ferramenta importante na aquisição do saber

“A presença dos elementos tecnológicos na sociedade vem transformando o modo dos indivíduos se comunicarem, se relacionarem e construírem conhecimentos. Somos hoje praticamente vividos pelas novas tecnologias”.

A partir desta reflexão, Lynn Alves, professora do mestrado em educação e contemporaneidade da Uneb e autora do livro: “Game Over: Jogos Eletrônicos e Violência”, demonstra a importância da tecnologia, em especial os jogos eletrônicos na vida dos jovens contemporâneos.

Encarada por muitos como nocivo e prejudicial ao desenvolvimento cognitivo dos jovens, os jogos eletrônicos vêm ganhando espaço entre vários estudos e demonstram que podem ser mais um instrumento pedagógico no ambiente escolar. Esta reflexão partir da concepção que existe hoje uma geração submerso no mundo da tecnologia, que tem acesso seja através da televisão ou dos vídeos-game ou das LAN house.

De acordo com estes estudos, os sujeitos nascidos na pós-modernidade estão imersos em um mundo altamente tecnológico. Esta geração é defendida pelos estudiosos como os “nativos digitais” ou “geração mídia”. Uma categoria que vem sendo largamente discutida na atualidade.

Com a utilização de alguns jogos eletrônicos, a exemplo do Simcity, Civilizations e RPG, “os professores podem trabalhar o aprendizado em geografia, história, porque nesse jogo desafia os estudantes a administrar recursos, criar cidades, enfrentar catástrofes, fazer escolhas, planejar, entre outras coisas”, comenta a educadora Lynn.

Nesta perspectiva, e através do jogo eletrônico, os estudantes são estimulados a saber quais as conseqüências de colocar uma escola perto de uma fábrica poluente, além de verificarem quais os problemas sociais ou de saúde as ações realizadas durante o jogo podem causar.

De acordo com Lynn, até mesmo nos jogos violentos, tanto crítica por inúmeros pais, podem servir de fonte de aprendizado e estímulo entre o público jovem. “Você pode trabalhar a questão cognitiva, pois estes jogos exigem uma habilidade sensorial e motora muito grande, tomada de decisão e planejamento estratégico”, conclui Lynn

AACD

AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente.

A Associação de Assistência à Criança Deficiente é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que trabalha há 59 anos pelo bem-estar de pessoas portadoras de deficiência física. Ela nasceu do sonho de um médico que queria criar no Brasil um centro de reabilitação com a mesma qualidade dos centros que conhecia no exterior, para tratar crianças e adolescentes deficientes e reinseri-los na sociedade. Foi pensando nisso que o Dr. Renato da Costa Bomfim reuniu um grupo de idealistas e, no ano de 1950, fundou a AACD.
No começo, a entidade funcionava em dois sobrados alugados na Rua Barão de Piracicaba, na cidade de São Paulo. Mas, graças à colaboração dos primeiros doadores, a AACD pôde fundar seu primeiro centro de reabilitação, num terreno doado pela Prefeitura na rua Ascendino Reis.
O centro foi inaugurado em junho de 1963, e marcou uma nova etapa no tratamento dos pacientes da instituição. Ele funciona até hoje, no mesmo endereço. Mas ganhou a companhia de outras sete unidades espalhadas pelo Estado e pelo Brasil.
Há mais de uma década, a AACD realiza o Teleton, que todo ano reúne artistas, apresentadores e personalidades numa maratona televisiva em busca de doações.
Mas nossos pacientes precisam de cuidado todo dia. Em qualquer época do ano, tem sempre um jeito de você ajudar a AACD a cuidar do bem-estar de crianças, jovens e adultos deficientes.

Postado por Gabriela e Maiara

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Movie Maker: produção de cinema em sala de aula!



Quem não se lembra da célebre frase atribuída a Glauber Rocha: “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”? Agora com uma câmera digital, Windows Movie Maker e um computador tudo isto é muito mais fácil. Mas não basta ter apenas boas idéias. Ela precisam ser pensadas e organizadas. Para montar um filme é necessário um certo grau de abstração, o que é natural em estudantes.

Em sala de aula, o software de edição de vídeo da Microsoft, Windows Movie Maker, cria diversas opções pedagógicas interdisciplinares. Dramatizar situações históricas e registrar processos de pesquisa, podendo inclusive passar pelo ato de contar a própria vida são alguns dos exemplos de sua utilização.

O software é tão fácil de usar que seu processo de manipulação é praticamente intuitivo. Incluído entre as ferramentas gratuitas do Windows, a interface de usuário é baseada em tarefas e assistentes que ajudam a publicar, capturar e editar vídeos.

Na oficina Digital Story Telling - Contando Histórias Digitais, realizada entre os dias 27 a 29 de setembro de 2006, 28 estudantes da Fundação Bradesco de Campinas (SP) aprenderam mais sobre o recurso. Em 8 horas, a oficina incluiu desde a concepção de roteiro até a finalização e transformação em filme.

“Para se ter uma idéia, nesse curso não se gasta nem 30 minutos para falar a respeito de como manipular a ferramenta. Ressaltamos que não adianta aprender só o software, pois ele é tão fácil que nem precisa de oficina para isso”, diz Rubem Saldanha, coordenador do Microsoft IT Academy Center, centro de capacitação localizado em Campinas (SP).

De acordo com o professor, o tempo da oficina é para que os participantes possam pensar na idéia, desenvolver o roteiro e juntar o material necessário como vídeos, fotos, texto, narração e música.

O processo de desenvolvimento é, por si só, estimulante e lúdico aos alunos, que se envolvem com as produções ao mesmo tempo em que aprendem diferentes conteúdos.

http://bit.ly/aJEFRW
Postado por Suely